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Escola indígena inicia atividades em aldeia de Aceguá
A celebração do início das atividades na Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Verá Xapya, no Passo da Mina, no município de Aceguá, foi marcada pela alegria e curiosidade das crianças que fazem parte da aldeia. A primeira escola indígena de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Educação, iniciou oficialmente as aulas nesta quarta-feira (14).

A Coordenadora Regional de Educação, Miriele Barbosa Rodrigues, destaca o dever enquanto instituição e o direito do povo indígena de estar assistido pelo Estado. “Bastante trabalho e muito orgulho por levar educação a todos”, completa.
A professora salienta que os próximos passos são melhorar a estrutura da unidade escolar, que é tratada como prioridade neste momento. “Já estruturamos a casa onde funciona a escola. A segunda etapa será no que se refere à produção de alimentos quentes, por enquanto eles estão recebendo um lanche alternativo,” comenta. A instituição já tem chromebooks destinados para uso, assim como a instalação da internet no local. A coordenadora agradece a parceria da prefeitura de Aceguá.

O nome Verá Xapya significa “Relampago Orvalho” e foi uma escolha da própria comunidade. A instituição vai receber em torno de nove alunos dos Anos Iniciais e Educação Infantil. O professor indígena será Paulo Gonçalves, 65 anos, que leciona desde 2007 em outros locais do Rio Grande do Sul. O docente salienta que pretende trabalhar a alfabetização dos alunos como principal ponto. “Quero acelerar mais o aprendizado”, ressalta. Gonçalves fala três línguas, o Tupi-Guarani, Espanhol e o Português.
Segundo o Cacique da Aldeia, Nilton do Nascimento, 50 anos, a motivação para solicitar uma escola indígena na comunidade foram as preocupações com a valorização de sua cultura. “Acontece muita coisa na cidade grande e eu não gostaria que as crianças daqui passassem por isso”, salienta. Para ele, o estudo e a qualificação são muito importantes para ingressar no mercado de trabalho.

Estudantes
Os alunos da aldeia estão empolgados para o início das aulas. A pequena Adriana Gonçalves Benitez, 6 anos, diz que adora desenhar, ansiosa pelas aulas de artes. A comunidade que é composta por seis famílias, por volta de 20 pessoas, é repleta de alegria. As crianças não param de se divertir, muitas alegam que a principal atividade é brincar. Muitos adoram futebol e os times são bem variados. Adriana, por exemplo, usava a camisa do Grêmio. Já o outro aluno, Guilherme Castro, 11 anos, alega que seu time é o Palmeiras. “O do Rafael Veiga”, lembra. Na aldeia, as traves de futebol são uma das primeiras coisas que se vê quando se chega.
